A Uma Dama Cujo Amor Abrasador
Arrefece Após o Pagamento
Me amas como fosse isso
impreciso...
Tal qual me fosse o Céu a nossa
casa;
Tal qual me fosse a terra lava
e brasa;
Me amas como amasse em Paraíso.
Me chamas, me destróis, no que
eu preciso...
Me arranhas, minha gata... És
quem me abrasa;
Tal qual um inimigo que me
arrasa;
Me deixas em lamento, ante teu
riso.
Lamento o mal que muito me
apetece;
E o bem que vem roer a minha
aposta;
Lamento o frio trato que me
aquece;
Pois vejo, quando, em vestes,
tu, composta...
Que tanto desse amor desaparece
Tão logo o cáche estenda-te à
mão posta.
Às
Duas Preciosas Predadoras que me Enredam na Sua Teia
Cláudia,
musa praieira, me extenuas
Com
teu corpo rosado e mui sobejo;
Tens
o cheiro e o gosto do desejo!
Tu e
ela, conjuntas, e ambas nuas...
Ah,
Margot, tens os olhos como puas
Que
me invadem a alma ora sem pejo;
Que
delicia, que doce que é teu beijo!
Vou
morrer de desejo em vocês duas...
À
espada da vida, eu abro o peito;
À
esta teia que prende, vou com gosto...
Porque,
se é com vocês, será bem feito!
A
armadilha me espera – Estou disposto!
E, na
relva molhada desse leito,
Hei
de morrer sorrindo e descomposto.
Para Cláudia e Margot
Sab,
01/09/2012. 23:30.
Soneto
de Amor na Chuva
♥ ♥ ♥
Que madrugadas lindas que tivemos;
Quantas horas, querida, conversamos;
Quantas belas canções que nós trocamos;
Quantas coisas bonitas que aprendemos.
♥ ♥ ♥
Que domingo chuvoso em que fizemos
O primeiro passeio e nos molhamos.
Ela deu-me a canção que nós cantamos...
E uma noite de sonho, que vivemos.
♥ ♥ ♥
E agora morro a cada chuvarada;
E morro assim qual fosse sede e fome;
Não! Não respira a goela sufocada!
♥ ♥ ♥
Resta-me a dor, que à outra dor se assome...
Seja maldita cada madrugada
Em que o silêncio vem gritar seu nome.
♥ ♥ ♥
♥ ♥ ♥
Que madrugadas lindas que tivemos;
Quantas horas, querida, conversamos;
Quantas belas canções que nós trocamos;
Quantas coisas bonitas que aprendemos.
♥ ♥ ♥
Que domingo chuvoso em que fizemos
O primeiro passeio e nos molhamos.
Ela deu-me a canção que nós cantamos...
E uma noite de sonho, que vivemos.
♥ ♥ ♥
E agora morro a cada chuvarada;
E morro assim qual fosse sede e fome;
Não! Não respira a goela sufocada!
♥ ♥ ♥
Resta-me a dor, que à outra dor se assome...
Seja maldita cada madrugada
Em que o silêncio vem gritar seu nome.
♥ ♥ ♥
Para Margot
17/10/2012.
23:30.
A Uma
Outra Dama que Não Irá Largar o Ofício por Algo tão Incerto
**
Adorável, só minha, flor de ameixa,
Quando juntos, as horas desprezamos;
Quando juntos, alegres, nós formamos
Matrimônio perfeito a qualquer queixa.
**
Mas à hora cruel, és quem me deixa;
Friamente, tão seca, nos beijamos;
E uma próxima vez nós aguardamos;
Porque outros aguardam sua deixa.
**
Eu não vou reclamar o teu amor;
Nem tampouco impedir a tua senda;
Nas migalhas procuro teu favor...
**
Eu não posso bancar tamanha prenda,
Se, num ano suado de labor,
Não abarco um só mês da tua renda.
**
Adorável, só minha, flor de ameixa,
Quando juntos, as horas desprezamos;
Quando juntos, alegres, nós formamos
Matrimônio perfeito a qualquer queixa.
**
Mas à hora cruel, és quem me deixa;
Friamente, tão seca, nos beijamos;
E uma próxima vez nós aguardamos;
Porque outros aguardam sua deixa.
**
Eu não vou reclamar o teu amor;
Nem tampouco impedir a tua senda;
Nas migalhas procuro teu favor...
**
Eu não posso bancar tamanha prenda,
Se, num ano suado de labor,
Não abarco um só mês da tua renda.
Para Margot
06/11/2012.
23:30.
A Uma Senhora que Tem um Olhar
Petrificante
** **
Osculando, nós dois, na forma crua,
Desprezamos o tempo, que hora boa!
Eu me perco em teus olhos, e ele voa...
Este tempo sem pouso, a hora tua.
** **
Margarida que encanta, musa nua!
Teu sublime pesar desacorsoa...
Nós ouvimos o sino que ora soa...
No tatami onde agora a gente sua...
** **
Tu, Margot, tens os olhos da Medusa;
E em tuas cobras louras eu me enrolo;
Me mata e petrifica, doce musa...
** **
Das primas, és rainha em dupla ou solo.
Conceda e me permita o bem que abusa:
Morrer aconchegado no teu colo.
** **
** **
Osculando, nós dois, na forma crua,
Desprezamos o tempo, que hora boa!
Eu me perco em teus olhos, e ele voa...
Este tempo sem pouso, a hora tua.
** **
Margarida que encanta, musa nua!
Teu sublime pesar desacorsoa...
Nós ouvimos o sino que ora soa...
No tatami onde agora a gente sua...
** **
Tu, Margot, tens os olhos da Medusa;
E em tuas cobras louras eu me enrolo;
Me mata e petrifica, doce musa...
** **
Das primas, és rainha em dupla ou solo.
Conceda e me permita o bem que abusa:
Morrer aconchegado no teu colo.
** **
12/11/2012.
Dileção
de Verbo-Objeto Consumitivo no Aumentativo
(Betinho
PQD)
Agora
que te enxergo verdadeira
Matreira
Senhora
dos domínios da vontade
Que
invade
A
parte da metade
Inteira
Não
berço da razão mas da verdade
Não
dona do poder mas da verdade verdadeira
Agora
Te
vejo
Verdade
Dadeira.
Não
é mais meu domínio tua sorte, tua meta
Não
mais
A
coisa que interpreta
Seleta
Deleta
minha parte dessa sorte sorrateira
Deleta
Agora
que não vejo nada além do que não tenho
Empenho
Agora
minha sorte está conecta
E
a sanha da razão quer me tirar da tua meta
Completa
Inteira.
São
essas dilações que realmente me interessam
E
expressam
A
dor e a alegria de sentir que existe a sorte
A
morte
A
morte da razão em salvação da sanidade
Verdade
ponderante agonizante da verdade
Metade
A
sorte
Aquilo
que se tenho para ti já não importe
Um
corte
Que
mata
Sem
sorte.
Não
livra em ser divina se te deixa na vontade
Vontade...
Transmuta
em ódio ou ira, que te pega, que te cata
Que
empata
Que
morde, pega e cata
A
verdade só te arranha, é a mentira que te mata.
Ingrata.
O
acorde da razão no coração encontra a cura
Loucura
E
agora?
Aflora
tua dor e o pensador que te tortura
Implora.
Embora
a piedade queira ser mais do que a ira
Delira
Tortura
E
chora
Maltrata
quem namora
Desmata
com doçura
Exalta
quem deflora
E
pede
Excede
toda malha da razão e da vontade
Ternura
A
terna sensação de não querer querendo tudo
O
escudo da razão não racional, o seu escudo
Transmuta
a sacanagem na dor pura
E
o pouco coração já sem vontade
É
mudo
Não
vê, não ouve, e já não sente
Demente
E
traz sobre a razão do penitente
Loucura
Presente
Por
que não traz a morte ao indigente?
Por
que não traz a dor ao fundamento?
Mas
não, não existe fundamento
Isento.
Não
há por que negar este presente da paúra
Loucura
que te mata o fundamento
É
esta a razão por que se funda o pensamento
Lisura
Tormento
Loucura
que alivia o teu lamento
A
doce condição do sofrimento
A
doce condição que sangra e mata
E
empata
A
cura que uns encontram na usura
A
cura que alguns temem por ingrata
Loucura.
Agora
não veremos o porquê
Por
quê?
Porque
não há remédio pra razão ou pra pirraça
Que
faça
Curar
este delírio sem remédio, sem porquê
Desgraça
Mas
vê
Contrário
da razão da sugestão felicidade
Vontade
Aborto
da cadência, aborto vivo da verdade
Razão
da pura racionalidade
Por
quê?
(Domingo, 28 de abril de 2013. 20:45.)
****
****
Ela
(Betinho PQD)
(Betinho PQD)
Fica te olhando nos olhos
Fica
Pede te olhando nos olhos
Pede
Promete com os olhos
Promete
Beija te olhando nos olhos
Beija
Ama te olhando nos olhos
Ama
Depois
Nega te olhando nos olhos
Nega
Nega te olhando nos olhos
Nega
Mente te olhando nos olhos
Mente
Machuca sem te olhar nos olhos
Fere sem te olhar nos olhos
Te sangra, sem te olhar nos olhos
Te mata...
Por muito tempo
Aí
Vem
Te olhando nos olhos
Pede
Te olhando nos olhos
Fala
Te olhando nos olhos
Promete
Te olhando nos olhos
E então
Machuca
Fere
Mata
Sem te olhar nos olhos.
(30/04/2013.
23:??.)
Do
Luxo ao Lixo em
Pérolas Esquivas
(Betinho
PQD)
A
dor
A
flor
A
clínica
A
flor
Alfajor
Alfange
Falanges
Abraços
Hidro
Hidra
Cabeças
Corte
Côrte
Sorte
Nada
Nadar
Molhar
Amolar
Esfolar
Machuca
Fere
Feroz
Foz
Água
Banho
Banheira
Balsa
Falsa
porcelana
Por
ela
Que
abana
Raquel
Carol
Carol
Raquel
Mel
e fel
Firula
Pérola
Rola
Rala
Fala
Vê
Cheira
Lambe
Sexo
Êxtase
Ecstasy
Eu
Na
tua
Flutua
Flameja
Enseja
Desejo
Ensejo
Beijo
Realejo
Realeza
Beleza
Bélica
Perigosa
Pelada
Mais
nada
Té
mais!
No
pé
Andar
Despedir
Partir
Ela
nua
Pra
rua
Já
era
A
tarde fenece como mandala de areia
A
tarde despede da mágica sereia
Cabô
Me vá!
Allegro
Ma non troppo.
(01/05/2013)
Embala
embala senhora da noite,
que o chão do mar frio congela o calor;
Que a praga e a peste não nos esvaneça...
Que a vida se prove presente na dor.
que o chão do mar frio congela o calor;
Que a praga e a peste não nos esvaneça...
Que a vida se prove presente na dor.
(19/05/2013)
Agüenta
espera sofrida do âmago
Agüenta só mais um pouquinho do mal...
Espero e anseio a dose letárgica
Do fundo do vidro co instinto primal...
Espera espera criança da noite
Espera o inverno na praia, o luau...
Espera o momento etílico e ébrio
Vomita o tormento da vida mortal...
Agüenta só mais um pouquinho do mal...
Espero e anseio a dose letárgica
Do fundo do vidro co instinto primal...
Espera espera criança da noite
Espera o inverno na praia, o luau...
Espera o momento etílico e ébrio
Vomita o tormento da vida mortal...
(25/05/2013)
Tus
ojos, Mis ojos...
Vejo,
mas não olho...
Olho,
mas não demoro...
Demoro
em te falar...
Falando,
eu calo e coro...
Tus ojos, Mi muerte...
Su nombre, mi nombre...
Tu
riqueza, mi pobreza...
Me
calo, não falo...
Morro,
com presteza...
Te
doblo mis rodillas...
Me
ponho de joelhos...
Me
acalma tua existência...
Me
fere tua indiferença...
Me mata tua ausência...
La luna, mi señora...
Animada de blanca plata,
Colore mi vida ingrata,
A su dolor de ahora...
Al final...
Letícia, mi alma llora...
Llora de tanta dolor,
Sueña por tí mi flor,
Vive por tí mi señora.
♥
Letícia ♥
(Não
esquece que meu destino é morrer e o teu é me matar, Mi señora!)
Güenta
tormento da espera selada;
Güenta
esse caos e a incerta maré...
Güenta
que logo teu vômito expurga
O teu
sofrimento no mar de Inaé.
06/06/2013
Contentamento
em não Saber
a Identidade da Amante Contraditória
Agora,
encerrarei neste papel
A
dúvida que, às vezes só, me empata;
Que,
às vezes, incomoda, mas não mata;
Que
grita, mas não cria uma Babel.
Se vejo-te
a nudez, feita à cinzel
Me
inspiro, e esqueço o que te faz ingrata;
A
dúbia sensação inominata:
Quem
és? Raquel, Carol... Carol, Raquel?
Agora,
que contigo estou de fato,
Não
quero mais sair desta banheira.
Sequer
eu sei de nomes... Só te cato!
Nem
posso, por não ter eira-nem-beira.
Desfruto
teus favores, teu contato...
Mas
não o teu amor de vida inteira.
Ter, 11/06/2013. FAPA, Prédio
1, sala 107.
A
Alemanha Se Retira da Ucrânia e o
Soldado
Alemão Fica sem Sua Amada
De
quando em quando a porta fica aberta.
De
quando em quando...
Agora , tá fechada.
De
quando em quando há risos na fachada.
De
quando em quando o riso é coisa incerta.
De
quando em quando vejo tua oferta,
De
sorte que a distância incalculada
Separa,
corta, seca e separada
A
vida segue, e o peito então se aperta.
As
pontes do Dnieper d’hora em diante
Ostentam
este bem que o mal me afana.
‘Cabou
toda esperança deste amante...
Mas
se minha ignorância não me engana,
Vigora
inabalável e inconstante
A
ausência onipresente de Oksana.
13/10/2013
Poema
da Insônia na Madrugada
Não
sonha, pobre criatura,
Não
sonha!
Que o
sonho é o alimento da danação.
Não
sonha porque o sonho não te cabe.
Nem
mesmo a paz, que a paz é para os sadios.
Nem
mesmo a alegria, que a alegria só cabe aos práticos.
Não
sonha, que o mundo segue
Apesar
de ti.
A
vida segue; e ela segue.
Mais
perto que a dor, mais longe que o horizonte?
Não
sonha,
Não
sonha.
Qua, 11/12/2013. 01:30.
Ojeriza
do Amor
Acorda,
acorda, espírito ingênuo.
Acorda
do sonho, do sonho do amor.
Acorda
que tarda a epifania:
O que
há de real é somente o torpor.
Sonha,
sonha, espírito inquieto.
Sonha
outra vez, que ela deixa o frescor
Da
pobre esperança na vaga promessa
De
ver-te caído, ao deleite da dor.
Ter, 17/12/2013. 00:20.
Saudades
de Duas Matronas Mui Cavalonas de Tatami
Hei
de sempre lembrar a vez primeira;
E hei
de sempre lembrar a vez segunda;
Que
delírio sublime, e paz fecunda
Que
me destes na luta ao solo arteira.
Como
a alma Shaolin pulsa guerreira!
Jiu-Jitsu
suave nos afunda...
A
falsa porcelana mais profunda
Não
compensa o folgar a três na esteira.
Ah!,
Margot, quanto tempo e quanto espaço!
E tu,
Cláudia – que belas cavalonas!
Que
saudades que dão vosso regaço...
E
apesar de brincar c’outras matronas,
Não
hei eu de morrer por chumbo ou aço,
Mas
da falta que fazem vossas conas.
Dom, 29/12/2013. 14:00.
Se
lua chamo teu rosto,
Se lua quero e cativo,
Serei da lua que vivo
Caído e bem descomposto.
Te creio e cedo a teu gosto;
Te gosto e a boca saliva;
Te sirvo e morro por viva
Tua majestade nua...
Tu só não é maior lua
Que aquela que me cativa.
Se lua quero e cativo,
Serei da lua que vivo
Caído e bem descomposto.
Te creio e cedo a teu gosto;
Te gosto e a boca saliva;
Te sirvo e morro por viva
Tua majestade nua...
Tu só não é maior lua
Que aquela que me cativa.
24/01/2014
À
Espera Dessa Rosa que Chega mas apenas a Frustração Ela Traz
Espero-te
esperando o fim da espera;
E
fico sem saber se a espera finda...
É
tanto que não quero esta berlinda,
Que
mal contenho o mal que me exaspera.
‘Inda
ontem, te vi – meu mal impera!
‘Sta
ainda impedida – ‘stá ainda!
‘Inda
ontem, te vi – tu ‘stava linda!
E só
fico pensando “quem me dera...”
Achei
que sairia dessa impune;
Com
minha dignidade intacta e cara;
Achei
que venceria o que me pune...
Mas
nada evoluiu como eu pensara:
Nem
essa liberdade que nos une;
Nem
esse santo véu que nos separa.
13/05/2014. 00:25.
Para minha Rosa
Mônica
Da
vida, que levo, agônica...
Se
vivo, se morro, se contemplo...
Se
sorvo essa atmosfera
Carbônica...
Se
quero, se peço, se sinto...
Não
minto!
Nem
índia, nem mulata e nem mesmo
Nipônica...
Me
toma, me cede, me concede,
Me
doma, me manda, me comanda,
Me
conquista!
Me
desvista!
Te
quero, te desejo, te admiro...
E
vejo a majestade não canônica...
Eu
vivo pela tua piedade, cruel,
E
antagônica...
Por
esse teu apelo de guerreira valquíria;
Esse
doce ataque de uma fada supersônica;
Por
esse teu sussurro perfumado
De
Mônica.
09/07/2014. 23:59.
Para Mônica
Nativa do mar balança
Minha rede nos teus olhos;
Brilhando na prata verde
Do azul que salitra os corpos;
Querendo lá 'star não hei de...
Querendo cá ter, não posso;
Com dois remos não alcanço,
O que um remo só faz gosto;
Morrendo por ver as ondas
Mas não chego, antes me afogo...
Tal sentido sem sentido
Aqui dentro deste fogo.
Não digo mais por que seja
Se não mesmo de mim próprio.
Minha rede nos teus olhos;
Brilhando na prata verde
Do azul que salitra os corpos;
Querendo lá 'star não hei de...
Querendo cá ter, não posso;
Com dois remos não alcanço,
O que um remo só faz gosto;
Morrendo por ver as ondas
Mas não chego, antes me afogo...
Tal sentido sem sentido
Aqui dentro deste fogo.
Não digo mais por que seja
Se não mesmo de mim próprio.
03/11/2014.
Desejando
o Bem que Vê, Só tem o Mal que Acaba –
Falando
com a Vodka Sobre Ela
Tão
miserável me vejo
Que,
vendo o Bem que me embala,
Só o Mal
de que padeço
Sobrepõe-se,
em mim se esbalda;
Olhando
o Bem que desejo,
Não
vejo o Mal que se espalha;
Querendo
um Bem que não tenho,
Resta
o Mal que não me falha...
Vejo
nada que mereço,
Vejo
tudo o que me mata,
Não
um tesouro de engenho,
Mas um
Mal que me avacalha,
Que
me faz feliz no lenho,
Mas
não dá porto nem casa;
De
acomodado sobejo,
Mas
sem teu Bem que me acaba.
25/11/2014.
Mar de
Tormentas
Ó,
Mar, eu venho outra vez / aliviar-me do agosto; / perdoa, se com meus ais, / o
teu barulho interrompo; / Tu sabe, já, Mar amigo / que amo, quero, estimo,
adoro... / Mas de que serve querer, / se não vivo, Mar, nem morro? / Se venho a
ti desabar, / não é culpa, é desafogo; / não é raiva, é desespero; / e um
prometimento tosco: / àqueles olhos irosos / indiferentes ao choro, /
indiferentes a tudo... / mas que tudo são tais olhos. / Disse-lhes eu na
alegria / que lhes renderia louros... / Mas o que era antes alegre, / sai agora
lamentoso. / Se não viver é castigo, / não morrer é doloroso; / Quem me mata me
quer vivo, / neste mundo onde sufoco. / Quem mata com aço ou chumbo, / tem um
dolo mais piedoso, / mas quem usa a indiferença / no matar tem maior gosto. /
Não quero aqui, Mar, amigo, / atrapalhar teu arroubo. / Não quero que te
aborreça / meu lamento indecoroso. / Tu já sabe, Mar, que sinto / isso que
falar não posso; / mas se for por bem que entenda, / castiga meu desaforo: /
Manda a vaga mais irosa, / manda um vagalhão danoso. / Tua fúria assim me mate,
/ e me leve embora o corpo. / Promessa agora cumprida, / já me vou, Mar, me
recolho / para meu mundo maldito. / Nunca mais que te incomodo. / Acredite,
Mar, não minto, / Não engano, nem embromo. / Se te digo nunca mais, / não serei
eu mentiroso.
(07/12/2014)
Chuva que chove
acalma este cenho,
traz ora o refresco
e a paz que não tenho.
Se a chaga lá dentro,
e o mal que contenho,
não cura, que seja
alento e empenho...
Chuva, por hora
a ti, que ora venho,
só peço que traga
a paz que não tenho.
acalma este cenho,
traz ora o refresco
e a paz que não tenho.
Se a chaga lá dentro,
e o mal que contenho,
não cura, que seja
alento e empenho...
Chuva, por hora
a ti, que ora venho,
só peço que traga
a paz que não tenho.
Para Sara.
17/12/2014.
Aquela Mesma Lua
Da janela olhei a lua
Branca e cheia como um quê...
Se pensarmos que essa mesma
Lua é a que tu vê,
Imagino: em algum ponto
Da cidade, tu, sonhando...
Essa mesma lua olhando,
Essa mesma!, fico tonto...
Em algum lugar, lá fora,
Tu, perdida, ou sei lá quê,
Imagino – e olho a lua!
– Essa mesma que tu vê!
Para Sara.
04/01/2015.
IV
Na Dor, Já Não Aparente,
Retenho O Bem Que Causara
Tua Boca Sorridente
À Ferida Que Não Sara;
Teu Olhar Misterioso;
Tua Pele Imaculada;
Tua Pinta Almiscarda;
Tudo, Tudo É Tão Gostoso...
Guardo N’Alma Já Dormente
As Lembranças, No Saara;
Sara O Corpo, Mas, Pungente,
A Dor N’Alma Não Me Sara.
Para Sara.
05/01/2015.
Rosto com sorriso com alvura em
melanina e camomila,
Camila.
Rosto com sorvete de baunilha com alvura adocicada em padaria,
A Bia.
Só vejo. Só vejo, só olho, e observo...
Me anervo.
Doce sorridente com carinha de menina principia:
A Bia.
Terna como as pétalas de néctar de fogo e melanina que me ancila:
Camila.
Camila camilando sobre Bia,
Bia bibiando sobre mim, sobre Camila,
Enfim,
E ambas sobre mim...
Sou grato. Sou louco por olhar duas cerejas sobre o prato.
Sensato, me rio e admiro esse poder dos olhos quatro...
Não quero nada mais que estar deitado entre estas flores...
Sensores, sem dores, sem perdas, e sem nada... vetores!
Acordo depois disso aliviado e alentado, ronronando...
As flores espalhadas suspirando...
Só quero estar de novo no compasso desse leito
de gruas...
Camila sobre Bia e eu abaixo
Das duas.
Camila.
Rosto com sorvete de baunilha com alvura adocicada em padaria,
A Bia.
Só vejo. Só vejo, só olho, e observo...
Me anervo.
Doce sorridente com carinha de menina principia:
A Bia.
Terna como as pétalas de néctar de fogo e melanina que me ancila:
Camila.
Camila camilando sobre Bia,
Bia bibiando sobre mim, sobre Camila,
Enfim,
E ambas sobre mim...
Sou grato. Sou louco por olhar duas cerejas sobre o prato.
Sensato, me rio e admiro esse poder dos olhos quatro...
Não quero nada mais que estar deitado entre estas flores...
Sensores, sem dores, sem perdas, e sem nada... vetores!
Acordo depois disso aliviado e alentado, ronronando...
As flores espalhadas suspirando...
Só quero estar de novo no compasso desse leito
de gruas...
Camila sobre Bia e eu abaixo
Das duas.
Para Bia e Camila.
10/01/2015.
Raio do cosmo, fenda esta vida
Ingrata.
Olhos de Freya... flecha de Indra
Me abata!
Me morra, me morra, me empata!
Lascera, mastiga, destrói...
Me mata.
Ingrata.
Olhos de Freya... flecha de Indra
Me abata!
Me morra, me morra, me empata!
Lascera, mastiga, destrói...
Me mata.
Para Sara.
21/01/2015.
Fazia tanto tempo... de
abandono.
Fazia tempo sim que era pouco... o abono.
Tentei reconciliar o meu dual... c'o mono...
Tentei e agora sei que estou em paz com meu amor... O Sono!
Fazia tempo sim que era pouco... o abono.
Tentei reconciliar o meu dual... c'o mono...
Tentei e agora sei que estou em paz com meu amor... O Sono!
Para Sara.
22/01/2015.
Não pare. Não corra.
Não lute. Não morra.
Não venha. Não chama.
Se não. Me ama.
05/07/2015.
Nas pérgulas do trâmite vital
pós celulose
Me vem
na dose...
Promete sem dizer dizendo que
nos pode haver
hipnose...
Não tão incandescente ou
inocente que me
goze...
Existo, então me deixo
novamente a mercê dessa
'sclerose.
De novo novamente penso dar a
paz e ser
neurose.
Enfim o dia chega ensolarado e
salto fora
Com cuidado pra não ter
escoliose.
E penso tão somente na sonhada
metamorfose.
Mijo e cago pra não ter efeito
de mijose nem cagose.
Espero e esperando sigo nesta
psicose.
E nada... Nem virose!
Espero mais ainda adorando a
simbiose.
Nem nada... Micose!
E a vida segue igual nesta
necrose...
E sei, sim eu já sei, esses
porquês e esse "because"...
Enfim. Necrose...
27/07/2015.
Análise
Metaplasmática de Substantivo
Amare,
Com apócope,
Amar;
do contrário seria
Paragoge;
e com uma certa barbarização,
Amor;
e com Paragoge,
Amore;
e com Aférese,
More;
e com Lambdacismo,
Môle;
e com Metafonia,
Móle
Mas é tudo uma Antítese:
O Amor não é Mole!
Amare,
Com apócope,
Amar;
do contrário seria
Paragoge;
e com uma certa barbarização,
Amor;
e com Paragoge,
Amore;
e com Aférese,
More;
e com Lambdacismo,
Môle;
e com Metafonia,
Móle
Mas é tudo uma Antítese:
O Amor não é Mole!
29/10/15.
Bruxuleante
. Sônica
. Fônica
. Sinfônica
. Antagônica
. Agônica
. Crônica
.
. Mônica
23/06/2016.
00:30.
Lune et Harmonique
Luana -
É sol.
É riso.
Um sol-riso
com sorrisos sem aviso.
Preciso.
Monique -
Introspecta.
Mas viva.
Dentro-vertida
tão sentida que intimida.
Contida.
Antíteses Perfeitas
Ambas lutam sem lutar.
Pecam sem pecar.
Ambas sentem sem sentir.
Ambas querem sem pedir.
Um combate sem lutar.
Convincentes no mentir.
Na vida -
Contida.
No sol -
Sorrisos.
Para
Luana e Monique
16/08/16.
18:53.
Sabrina e Gabriela
Que casal são Sabrina e Gabriela!
Uma e outra, a mulher e a menina...
Juntas são heroína e cocaína;
Soltas são todo o ecstasy que apela.
Uma dorme, outra pinta sobre a tela;
Um vírus para o qual não há vacina;
Olhando Gabriela com Sabrina
Nem Pablo nem Picasso mais pincela...
Bactéria mortal, supremo arfar!
O incauto da vez tomba sorrindo;
Sendo três, aconchados, perfilar
É letal; e os beijos! Quadro é lindo!
O que mata é das fadas separar...
Sair pé-ante-pé, deixar dormindo.
23/12/2017.
21:55.
Sabrina e Aisha
Que me há de ser neste dia;
Que outra fé que me valha;
Que deleite se combina;
Que Contento que me acaba;
Onde mais há tanta vida;
Outra sangrenta tourada;
Que não ver minha Sabrina
Se esbaldando sobre Aisha?
Três toques, nenhuma esquiva;
Três horas são quase nada;
Três vidas muito perdidas;
Três dedos de latejada;
Não quero mais do que isso;
Não foge o querer da raia;
Se cansa o pulsar lascivo
Nenhuma língua dá falha.
29/12/2017.
Vinum et Vulvae
Se fora o mundo sem elas
Não fora Deus bom e justo;
Nem haveria um augusto
Homem de cama e panelas,
Ou mestre bom de costelas
Que fizesse qualquer parte;
Qualquer, com toque ou com arte;
Pois apenas com nascer
Faz ao mundo a mulher
O que Vênus faz a Marte;
Bocas, trejeitos e risos;
Cabelos crespos ou lisos;
Corpos cheios ou esguios;
Olhos grandes ou vazios,
Cheios, puxados, precisos...
Línguas lânguidas, que dano!
Vozes contralto ou soprano...
Capazes de nos tomar,
E ao mundo todo cercar,
De alegria ou desengano.
01/01/2018.
14:48.
Sabrina Chama a Companheira Gabi de Cobra,
Cobrinha!
Riram elas me dizendo
Que uma delas por sabido
Tinha então por apelido:
Cobra, cobrinha, e querendo
suavizar, por adendo
Mudaram pra outra dita:
Lagartixa. Essa cobrita
A mim em nada recata,
Pois nisto aquilo que mata
Mais fere quando se evita.
Sabrina
e Gabi (Gabi é a cobrinha)
02/01/2018.
19:55.