Num Lago na Suécia
.
Doce noite,
mas gélida, me toma...
No sussurro
que o corpo me estremece...
Os pés e a
bunda, inertes, na cadeira,
Não são mais
do que o mel que me apetece...
E quero bem
ficar a noite toda
Insone, e
quente, exposto à intempérie.
Por ti, me
exponho e tremo a noite inteira...
Que o teu
falar tão meigo é o que me aquece.
Não movo, não
descarto, não postergo,
Não quero
declinar o que me impele.
E tenho por
motivo acordar cedo
Pra ver de
perto o mel da tua pele.
.
Se falho no
falar que mal contenho,
Não falho no
sentir o que precede
Aquilo que
destrói um reino inteiro,
E faz cair de
quatro um seu valete.
A luz inunda
o mundo duas vezes...
Que minha
pobre mente nem concebe.
E corro,
derretido, sobre o gelo
Pra ver de
perto o mel da tua pele.
.
**** ****
.
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**** ****
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Onda Gigante do Pacífico Azul
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Ciclo do Gelo
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Sobre ler.
Escrever. Chamar. Sobressaltar. Não crer. Não sofrer. Ganhar. Viver.
Sobre ler.
Sobressalto. Vôo alto. Escrever. Chamar. Chamar. Chamar. Não crer. Sofrer.
Angustiar. Tremer. Perder. Não ganhar. Sofrer..
**** ****
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Onda Gigante do Pacífico Azul
.
Aloha!
Chega e vai.
Oluolu!
Vive e canta.
Mahalo!
Canta da terra ao céu.
Encanta, vive e espanta.
Há’aha’a! Akahai! Lokahi!
Luta e vibra. O céu é uma onda.
Ahouni.
Vai que vai, trovão do Pacífico.
Vai que vai. Aloha!
Se as cinzas voltam às doces vagas,
O espírito se une ao todo - mar, onda e tempestade.
Não digam que foi Mauna...
Não digam que foi Mauna Kea...
Digam que foi gigante, que foi suave...
Como as ondas azuis.
Halau - Obrigado pela aula!
Aloha!
.**** ****
.
Revoluções
na Maçã
.
Sol azul, Sol
que brilha,
Raia na manhã
e na estrada
Da ilha.
Parada,
precedente, precedida,
Rajada
De vida.
De vento, de
consolo e de alento;
Perdida.
Eu quero, eu
espero e silencio.
Debruço nessa
chapa ao barlavento.
.
Desvio!
E vejo então
meu mar tornado em rio;
E vejo o sol
parado evanescendo
De frio.
E morto segue
o dia no tormento;
A vida segue
em gelo soterrada,
E segue o
sotavento
Que escapa.
Tormento.
De nada.
Mar frio.
Que a noite
abandonada engula o dia;
Que o gelo do
abandono quebre o vento,
E engula
A ilha.
O mar.
E o rio. .
**** ****
.
De Partida
.
Quando o dia
amanhecer,
Quero
encontrar o Sol no Leste.
Quando a luz
do dia inundar aqui,
Quero seguir
para o Leste.
Quando o Vento
soprar, de quando em quando,
Estarei indo
para o Leste...
Para
encontrar o Sol.
Para sentir o
vento.
Para respirar
o ar salgado.
Para
confraternizar com o Mar sagrado.
.
Quando o dia
aqui amanhecer,
Eu estarei de
partida, rumo ao Leste...
Rumo ao Sol.
Rumo ao
Vento.
Para o Mar.
Para o Tempo.
Para o
Leste...
.
Assim que
amanhecer,
Assim que o Sol
inundar aqui.
.
**** ****
.
.
**** ****
.
Não Não, Não É
.
Não vejo
Não ouço
Não tenho
Não toco
Não sei
Não ouso
Não nada
Não posso.
.
Se quero
Não peço
Se nego
Não quero
Se peço
Não tenho
Se tenho
Não acordei.
.
E assim vai
Sem nada com não.
.
**** ****
.
**** ****
.
A Onda
Perfeita
.
Era uma
vez...
Era?
Já não
mais...
A Onda
passou.
Essa...
Passou.
Sem mim. .
**** ****
.
Não Não, Não É
.
Não vejo
Não ouço
Não tenho
Não toco
Não sei
Não ouso
Não nada
Não posso.
.
Se quero
Não peço
Se nego
Não quero
Se peço
Não tenho
Se tenho
Não acordei.
.
E assim vai
Sem nada com não.
.
**** ****
.
Sem Mais
Verde que Azul
.
Só quem te
ama é o Mar!
Não, não é o
ser amado.
Nem as
promessas vazias
De um fado.
Só quem te
quer é o Mar!
Não, não são
também as Fadas.
Que as Fadas
nada sabem a teu respeito.
Não sabem.
Nem querem.
Nem amam.
Só quem te
beija é o Mar!
Só ele te
leva para além,
Além do
trauma,
Além da
rebentação.
Só ele joga
teu corpo
De encontro
aos arrecifes...
E te faz
dançar.
.
Só quem te
deseja é o Mar!
Só ele
seqüestra teu corpo e o devolve
Sem vida nas
areias brancas...
Só ele
consome tua carne sem te magoar.
Só quem te
louva é o Mar!
Ninguém mais.
Nenhum ente
divino ou terreno,
Nem os
elementos.
Nenhum deus
te reverencia mais.
Só quem te
fere é a terra.
Só quem te
mancha é o fogo.
Só quem te
deixa é o vento.
Porque a
terra, o fogo e o vento te exigem.
Eles te
cobram um preço alto.
.
Só quem te entende
é o mar!
Ele não te
trai com esperanças.
Ele nunca te
dá esperanças.
Ele apenas te
leva.
Para além da
rebentação.
Só quem faz
isso é ele:
O Mar!
Finito no
Infinito, Contido no Incontido.
Verde no
Azul.
Impregnado de
dor e salitre.
Pleno de tudo
e de nada.
Só quem te
limpa é o Mar.
.
Quando não há
mais verde,
Quando não há
mais colorido,
Quando tudo
for cinza e bege...
Só quem te ama é o
Mar!
.
**** ****
.
**** ****
.
A Pulsação
.
Vida normal,
banal...
Banal, banal,
banal, banal, [lento]
.
Não vida,
ida...
Ida, ida,
ida, ida... [piano]
.
Vida ativa,
esportiva...
Ativa, ativa,
ativa, ativa... [forte]
.
Vida
dormindo, indo...
Indo, indo,
indo, indo... [pianíssimo]
.
Vida te
ouvindo, lindo...
Lindo, lindo,
lindo, lindo... [presto]
.
Vida te
lendo, ardendo...
Crendo,
crendo, crendo, crendo... [presto]
.
Vida contigo,
perigo...
Vivo, vivo,
vivo, vivo... [presto]
.
Tu fala
comigo,
Tic-tac,
tic-tac, tic-tac, tic-tac insano... [arfante]
.
Tu não fala,
some...
Dor-men-te,
dor-men-te, dor-men-te... [pianíssimo]
Assim, dormente...
.
**** ****
.
Quando Ele Viu Seu Pai Doente Vomitar
.
O ser humano na vida
Na terra busca o conforto;
O engenho que bem emprega
Recai na cata do ouro.
Dedica tempo e saúde
Na busca e guarda ao tesouro;
Ou explora o que tem menos,
Ou trabalha como um mouro.
.
Um doente que vomita
A nós causa asco e nojo;
À ferida purulenta
De longe damos consolo.
Se temos nojo das fezes
Evitamo-las com dolo;
Mas tudo o que um morto expele
Compõe o pus que nós somos.
.
**** ****
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Quando Ele Viu Seu Pai Doente Vomitar
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O ser humano na vida
Na terra busca o conforto;
O engenho que bem emprega
Recai na cata do ouro.
Dedica tempo e saúde
Na busca e guarda ao tesouro;
Ou explora o que tem menos,
Ou trabalha como um mouro.
.
Um doente que vomita
A nós causa asco e nojo;
À ferida purulenta
De longe damos consolo.
Se temos nojo das fezes
Evitamo-las com dolo;
Mas tudo o que um morto expele
Compõe o pus que nós somos.
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.
Não Deixe a
Onda Passar...
.
Vaga suave...
vagarosa.
Vaga gigante...
poderosa.
Vaga entre
vagas... pomposa.
Vaga sem
vaga, não sei,
Pesarosa...
.
Onda que
passa... pegada,
É onda viva,
criada.
Onda perdida,
passada,
É onda sem
vaga, não sei,
Não nada!
.
A vida é um
mar... volvida.
O mar é a
vida... presente.
A onda que
passa, perdida,
É vaga que
vaga... ausente...
Sem vida!. .
**** ****
.
Verão que
Morro de Frio
.
Angina, como
que posso
Tão sem ar,
vi-ver-te ao lado?
Como posso,
anjo meu,
Respirar tão
sufocado?
As manhãs que
não te sigo,
E as noites
em que isto é raro,
Fazem de mim
penitente,
Mendicante,
monge e bardo.
Aceito mui
sorridente
Trocar o tipo
de fardo:
Esse cuspe
que mereço
Pelo peido
que não valho.
Angina, fala
comigo,
Vem cá, me
diz algum algo,
Ou me mate de
uma vez
Em tanto gelo
afogado.
.
**** ****
.
**** ****
.
O Céu que
Rouba o Lago, Insano, Aceite!
.
Tu chega
pensarosa introspecta
E mede
O pulso pelo
olhar da sua presa
Que pede
A vida como
vida não sem vida
Caçada
Ma rede.
Presa pela
presa da predante predadora
Com sede
De sangue, de
suor e do que mais
Procede;
Prisão que
pega e prende tudo em tudo,
No nada,
Que impede
O ser de ser
prezado e preso quando
Concede
A ela o dom
de ser do coração
A sede.
Sem isso vou
a nado para o nada,
Total,
Parede!
Parede,
paredão, muro farpado
Que fede;
Que mata,
Que suja,
Que me
invade;
Que rouba
toda a glória da visão;
Que seca e
cerca a água azul do lago...
Aceite!
.
**** ****
.
**** ****
.
Afogamento,
Salitre e Marejar
.
Balança e
embala
Na noite ó
maré;
Avança e
recua
E eu cá na
polé...
.
Avança e
balança
Com força e
com fé;
Recua no
embalo
Capão de
Inaé...
.
Se penso, se
durmo,
Se acordo,
sem fé,
Não tenho,
não posso,
Meu mar de
chá-ré!
Não posso,
não vejo,
Sem ar, sem
mais é...
Só choro, só
penso,
Acá na
polé...
.
Balança e
avança
Co’a doce
maré;
Embala e
recua
Capão de
Inaé...
.
Embala,
embala,
Recua e me
leva
Salitre e maré!
.
**** ****
.
Mar sem Ondas
.
Que mar sem ondas...
que água parada...
Não há gaivotas,
Nem quase nada.
.
To indo embora,
Me vou às favas...
Dormir sem bóia,
Nem mesmo vagas...
.
**** ****
.
**** ****
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Mar sem Ondas
.
Que mar sem ondas...
que água parada...
Não há gaivotas,
Nem quase nada.
.
To indo embora,
Me vou às favas...
Dormir sem bóia,
Nem mesmo vagas...
.
**** ****
.
A Hero from
Sea
.
If the waves are big, and angry,
Be brave!
And remenber:
Eddie would go.
If your life is very hard,
And the hope leaves you...
And this pain is so hard,
And you need to go...
Think it:
Eddie would go.
.
If the sun does not show its face,
And the events leave you scared...
Without courage...
Dont be ashamed:
Be brave, and remember:
Eddie
would go!
.
**** ****
.
Ela Nativa
.
Nativa do mar balança
Minha rede nos teus olhos;
Brilhando na prata verde
Do azul que salitra os corpos;
Querendo lá 'star não hei de...
Querendo cá ter, não posso;
Com dois remos não alcanço,
O que um remo só faz gosto;
Morrendo por ver as ondas
Mas não chego, antes me afogo...
Tal sentido sem sentido
Aqui dentro deste fogo.
Não digo mais por que seja
Se não mesmo de mim próprio.
.
**** ****
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Ela Nativa
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Nativa do mar balança
Minha rede nos teus olhos;
Brilhando na prata verde
Do azul que salitra os corpos;
Querendo lá 'star não hei de...
Querendo cá ter, não posso;
Com dois remos não alcanço,
O que um remo só faz gosto;
Morrendo por ver as ondas
Mas não chego, antes me afogo...
Tal sentido sem sentido
Aqui dentro deste fogo.
Não digo mais por que seja
Se não mesmo de mim próprio.
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