domingo, maio 26, 2013

Final



Dileção de Verbo-Objeto Consumitivo no Aumentativo
(Betinho PQD)


Agora que te enxergo verdadeira
Matreira
Senhora dos domínios da vontade
Que invade
A parte da metade
Inteira
Não berço da razão mas da verdade
Não dona do poder mas da verdade verdadeira
Agora
Te vejo
Verdade
Dadeira.
Não é mais meu domínio tua sorte, tua meta
Não mais
A coisa que interpreta
Seleta
Deleta minha parte dessa sorte sorrateira
Deleta
Agora que não vejo nada além do que não tenho
Empenho
Agora minha sorte está conecta
E a sanha da razão quer me tirar da tua meta
Completa
Inteira.
São essas dilações que realmente me interessam
E expressam
A dor e a alegria de sentir que existe a sorte
A morte
A morte da razão em salvação da sanidade
Verdade ponderante agonizante da verdade
Metade
A sorte
Aquilo que se tenho para ti já não importe
Um corte
Que mata
Sem sorte.
Não livra em ser divina se te deixa na vontade
Vontade...
Transmuta em ódio ou ira, que te pega, que te cata
Que empata
Que morde, pega e cata
A verdade só te arranha, é a mentira que te mata.
Ingrata.
O acorde da razão no coração encontra a cura
Loucura
E agora?
Aflora tua dor e o pensador que te tortura
Implora.
Embora a piedade queira ser mais do que a ira
Delira
Tortura
E chora
Maltrata quem namora
Desmata com doçura
Exalta quem deflora
E pede
Excede toda malha da razão e da vontade
Ternura
A terna sensação de não querer querendo tudo
O escudo da razão não racional, o seu escudo
Transmuta a sacanagem na dor pura
E o pouco coração já sem vontade
É mudo
Não vê, não ouve, e já não sente
Demente
E traz sobre a razão do penitente
Loucura
Presente
Por que não traz a morte ao indigente?
Por que não traz a dor ao fundamento?
Mas não, não existe fundamento
Isento.
Não há por que negar este presente da paúra
Loucura que te mata o fundamento
É esta a razão por que se funda o pensamento
Lisura
Tormento
Loucura que alivia o teu lamento
A doce condição do sofrimento
A doce condição que sangra e mata
E empata
A cura que uns encontram na usura
A cura que alguns temem por ingrata
Loucura.
Agora não veremos o porquê
Por quê?
Porque não há remédio pra razão ou pra pirraça
Que faça
Curar este delírio sem remédio, sem porquê
Desgraça
Mas vê
Contrário da razão da sugestão felicidade
Vontade
Aborto da cadência, aborto vivo da verdade
Razão da pura racionalidade
Por quê?


**** ****


Ela
(Betinho PQD)


Fica te olhando nos olhos
Fica
Pede te olhando nos olhos
Pede
Promete com os olhos
Promete
Beija te olhando nos olhos
Beija
Ama te olhando nos olhos
Ama

Depois
Nega te olhando nos olhos
Nega
Nega te olhando nos olhos
Nega
Mente te olhando nos olhos
Mente
Machuca sem te olhar nos olhos
Fere sem te olhar nos olhos
Te sangra, sem te olhar nos olhos
Te mata...
Por muito tempo


Vem
Te olhando nos olhos
Pede
Te olhando nos olhos
Fala
Te olhando nos olhos
Promete
Te olhando nos olhos

E então
Machuca
Fere
Mata
Sem te olhar nos olhos.

**** ****